terça-feira, 6 de julho de 2010

O inicio do meu fim/ parte 8

(...)

Logo depois da conversa com o Rafael no telefone meu telefone voltou a tocar:
- Alô?
- Filha? Está tudo bem com você?
- Claro mãe, por que não estaria?
- Nada queria, só estou preocupada... Saiu cedo hoje de manhã e não pude voltar pra casa ainda.
- É tudo bem mãe. Você vai demorar?
- Um pouco, mas não se preocupe eu volto para casa ainda hoje, talvez você já esteja dormindo quando eu chegar, mas deixei algumas coisas para você na geladeira caso você esteja com fome, e prometo que amanhã passaremos o dia inteiro juntas, tudo bem ?
- Claro mãe. Até amanhã.

Saber que minha mãe só voltaria tarde me deixou um pouco preocupada, mas algo me dizia que tudo ficaria bem...
Horas se passaram e nada do Rafael chegar... eu já havia me arrumado, arrumado a casa, e cada minuto que passava eu só ficava mais aflita. Até que a campainha tocou.
Olhei pelo olho mágico, e era ele, estava meio estranho, mas era ele. Abri a porta.
Ele entrou rápido fechou a porta me abraçou forte, muito forte, e me beijou como nunca havia beijado antes...

- Meu amor; você tá bem?
Eu disse meio sem folego.
- Eu senti tanto a sua falta minha linda.
Voltando a me abraçar.
- Eu também senti a sua... er, mas me fala o que houve, como você está? Que roupas são essas??
- Calma, vamos sentar, por favor, eu preciso mesmo trocar essas roupas... E ai eu te conto tudo.

Eu peguei o que tinha preparado pra comer, levei pro meu quarto, sentamos para comer, e ele começou a contar tudo que tinha acontecido...
- Nossa, hoje foi tudo tão estranho, primeiro você naquele mercado, e depois minha mãe querendo ir em uma biblioteca alugar uns livros, e ela NUNCA faz isso... Tudo bem vou te contar tudo desde o inicio. Sabe quando ela não me deixou dormir? Bem, ela me contou depois que queria testar nossa ligação, no caso eu e você, que ficou me vigiando, que quando eu começava a dormir ela tentava te mandar mensagens, não sei como mas ela disse que parece que conseguiu, e por isso estava tão invocada em ir naquele tal supermercado hoje cedo, para ter certeza, saber se você iria aparecer, e aconteceu.
- Mas perai Rafa, ela só tava testando nossa ligação? Era só isso que ela queria?
- Não não, na verdade ela não quis me contar TUDO TUDO, mas parece que esse meu namoro com a Alice não é só por aquele lance de laços sabe? Bem não mais, antes era, mas parece que agora é algo muito maior.
- Mas então é isso? Sua mãe não te quer perto de mim pra não estragar esse tal 'algo muito maior'; que tipo de coisa é essa?
- Eu ainda não sei, mas eu vou descobrir, eu sei que nós, minha familia e eu, estamos correndo um risco de vida...
- Acho que não é só você e sua familia.
- Como assim Sofia? Do que você está falando?
- Bem eu epnsava que era só a sua mãe que me fazia chantagens mas...

Contei pra ele tudo que havia acontecido mais cedo: os caras de terno, o carro preto e tudo que aconteceu lá dentro, mas não deu tempo nem de analisarmos o que tudo aquilo significava, ele só me disse pra tentar me afastar daqui por um tempo que ele ia tentar cuidar de tudo e foi embora...

Já passavam de duas da manha quando minha mãe chegou, a primeira coisa que ela fez foi vir ao meu quarto me abraçar ela parecia mais assustada do que eu, mas só disse que me amava e que amanha seria um dia melhor e foi pro quarto... Eu estava mais tranquila com ela em casa... Mas algo me dizia que as coisas estavam longe de ficar tranqüilas....

O inicio do meu fim - 7ª

(...)
Comecei a atravessar a rua, mas um carro preto parou na minha frente e a porta se abriu, outro cara bem parecido com os dois que vinham, agora mais rápido, atrás de mim saiu do carro e falou:
- Sofia certo?
Eu apenas assenti com a cabeça, fui pega, pensei. E segurando no meu braço disse:
- Entre no carro, por favor

...

Não tinha muitas escolhas, então, meio relutante, entrei no carro. O interior daquele carro fazia com que eu me sentisse estranha, mas eu já estava confusa e assustada demais para poder reparar e pensar o porque disso tudo.
Após entrar no carro o silêncio prevaleceu por um tempo, aposto que esse silêncio não durou 5 minutos, mas devo confessar que para mim pareceu uma eternidade, e logo depois o mesmo cara que havia segurado meu braço e me colocado para dentro começou:
- Não fique assustada -como se isso fosse possível- só quero conversa.
- Bem se é só isso que o senhor quer, eu me sentiria mais confortável que conversássemos ao ar livre.
Dando uma gargalhada ele continuou:
- Bem Sofia(?), infelizmente isso não será possível. Gostaria que me respondesse algumas coisas.
- Eu tenho escolha?
- Acredito que não.
- Então vá em frente, pergunte.
- Primeiro de tudo, você está ciente de que deve se afastar do senhor Rafael, certo?
- Devo?
- Segundo, a senhorita também sabe que nós sabemos sobre sua ligação com ele, certo?
- Ligação? Do que você está falando?

Eu realmente achei que pudesse me safar me fazendo de desentendida, mas aos poucos, e cada vez que ele me fazia uma nova pergunta, eu percebia que não, que todas suas perguntas eram mais retóricas do que realmente para que eu as respondesse...

O tal homem derrepente parou as perguntas e ficou me observando por um tempo, então voltou a falar:
- Talvez você já tenha entendido.
Então eu como se não tivesse o escutado falei:
- Desculpe, mas o senhor não me disse seu nome.
- Pode chamar de...hmm... T
- T??
- É T.
- Tudo bem Sr. T (?) Você poderia por favor me dizer o que o senhor quer, estou começando a ficar extremamente nervosa...
- Calma Sofiazinha, só queria saber se estava ciente de tudo.

O carro derrepente tinha parado, meu coração disparou novamente e eu nem podia saber aonde estavamos pois os vidros do carro tinham películas internas que impediam que vissemos do lado de fora.

- Então, chegamos.
Ele abriu a porta saiu e disse:
- Pode sair querida, eu disse que só queria conversar.
Eu estava em casa, e por mais que isso me aliviasse também me deixava mais insegura, ele sabia aonde eu morava...
- Não se esqueça, estamos de olho em você, esse foi só um aviso, mais de perto para que você soubesse que isso tudo é real, e não só um 'sonho'.
- Mas...
Eu comecei a falar, mas ele estendeu a mão para mim me 'mostrando' o caminho de casa, e preferi não arriscar, ele sabia aonde eu morava, mas ele não podia entrar, isso tornava minha casa um lugar seguro... Não pensei duas vezes, sai correndo em direção a meu apartamento, e ouvi ele gritar de longe;
- Não corre querida, você pode se machucar...
E depois começar a rir...

Entrei em casa me sentindo muito melhor e principalmente, segura. Havia sido uma manhã muito estranha e assustadora, e tudo que eu mais queria era poder deitar na minha cama e passar o resto do sábado assim.
Estava tudo tão tranquilo, e tudo que eu pensava era o que eu iria fazer em relação ao Rafael, não queria me distanciar dele, ainda mais agora que tudo estava ficando tão bom, mas será que se eu persistisse com isso seria bom pra mim? seria bom pra ele? ;
Dormi sem nem perceber, e pela primeira vez em um bom tempo, não sonhei com nada, absolutamente nada. Fui acordada, quando o sol já estava se pondo, pelo toque do telefone...:
- Alô?
- Sofia?
- Quem ta falando?
- Aqui é o Rafa.
- Rafa?? O que houve?
- Desculpa se te atrapalhei com algo...
- Não, tudo bem... mas o que houve, que voz é essa?
- Bem minha mãe jogou as cartas na mesa hoje, me falou de tudo, e não quer que eu te veja mais, estou te ligando escondido porque precisamos nos ver e conversar, é sério...
- Tudo? É acho que precisamos sim, tem coisas que preciso te falar também... Porque não nos falamos hoje no sonho...
- Ela sabe sobre os nossos sonhos, e... er... não vai dar... tem que ser pessoalmente... será que eu posso ir ai?
- Pode sim, mas antes toma MUITO cuidado, acho que tem alguém vigiando minha casa, e você também, então cuidado, e sei lá, se disfarça, mas...
- Tudo bem, eu já sei o que fazer, me espere, não sai de casa, vou demorar um pouco, mas farei de tudo pra chegar ai rápido...
- OK.
- Beijos minha linda.
- Be... *tu-tu-tu*

(...)