terça-feira, 9 de junho de 2009

O inicio do meu fim /Parte 5

(...)

Mais uma tarde intediante estava por vir, se não fosse o fato de que hoje começaríamos os ensaios para o campeonato de dança.
Minha mãe me deixou na entrada da academia e foi embora, eu procurava pela minha carteirinha quando senti alguém me cutucar, olhei automaticamente:

- Olá Sofia.
- Fernanda? O que você faz aqui?
- Bem querida, vim conversar com você a respeito do meu filho.
- O que tem o Rafael? Ele está passando mal?
- Não, ele está ótimo. É só que gostaria de pedir que se afastasse dele.
- Como assim Fernanda? Não estou te entendendo. Você tem algum problema comigo? sempre pensei que você gostasse de mim quando eu o namorava.
- Bem minha querida Sofia, sempre gostei de você sim, e não é nada pessoal, é só que o Rafael está com a Alice agora, e ela é a menina certa para ele, e não quero que essa amizade de vocês afete em algo no relacionamento dos dois.
- Me desculpe Fernanda, mas não poderei atender a seus pedidos, eu gosto muito do Rafael e não deixarei de ver ou falar com ele por causa da Alice.
- Vai ser melhor para vocês dois minha cara, escute o que estou te falando.
- Desculpa Fernanda, além do mais ainda tenho esperanças de voltar com ele.

Me virei, e entrei na academia, ouvi ela dizer ao fundo:

- Se depender de mim ele não deixará a Alice.


Não consegui me concentrar no ensaio nenhum instante, as palavras da mãe do Rafael não saiam da minha cabeça, e toda vez que o professor iniciava a música eu me atrapalhava e acabava caindo, "Sofia meu amor, se você continuar assim não irá participar do campeonato" ele dizia repetidas vezes.

Voltei pra casa depois do ensaio, banho, deveres e computador. Tentei me distrair um pouco, conversei com as meninas, elas me chamaram pra uma festa que aconteceria no próximo fim de semana, e quando já estava ficando tarde me deitei para dormir.

- Boa noite minha linda.
Olhei para trás era ele de novo a invadir meus sonhos, não consegui me segurar fui até ele e o abracei com força, podia senti-lo como se realmente estivesse comigo
- Oi Rafa.
- Não consegui te responder a respeito da Alice mais cedo né? Me desculpe pela minha mãe e tudo o mais, ela não quer me ver perto de você.
- É to sabendo; mas então me responda agora, se você diz que gosta de mim, porque terminou comigo para ficar com a Alice?
- Tudo tem a ver com meus país.
- Como assim?
- Os país da Alice são muito ricos, e tem certos negócios com meus país, e é justamente o nosso namoro que cria esse laço entre eles.
- Nossa, que coisa mais século passado.
- Também acho, mas eu tive que fazer isso. De qualquer jeito eu vou desistir disso, eu quero muito ficar com você.
- Sua mãe não vai deixar NUNCA.
- É eu sei, mas aos poucos a gente vai conseguindo.

O despertador tocou, sexta-feira nem acredito. Fui para o colégio empolgada, cumprimentei o Rafael, e vi que ele e a Alice já não pareciam mais tão felizes juntos, o que me deixou animada.
A aula passou e ouvi boatos de que o namoro dos dois mal tinha começado e já estava para acabar, fiquei sem palavras, a felicidade era muito grande.

Final da aula fui direto para casa, vi a Alice e o Rafael saindo juntos, mas preferi não ligar, eu sabia que a noite poderia te-lo pra mim.
As minhas tardes de sexta eram sempre ocupadas com salão, telefonemas e reuniões de amigas, essa não foi diferente, a Bia e a Gabi chegaram na minha casa por volta das 16hrs, conversamos a tarde toda, ouvindo musicas, cantando que nem loucas e comendo chocolate aos montes.
Um pouco antes delas irem embora recebi uma ligação:

- Alô?
- Sofia?
- Sim.
- Afaste-se do Rafael, antes que se arrependa.

*pi, pi, pi...*

As meninas, assim como eu, ficaram muito assustadas, falaram que se eu precisasse elas ficariam comigo, mas eu disse que elas poderiam ir para casa que eu ficaria bem.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O inicio do meu fim /Parte 4

(...)

Durante a tarde quase toda, fiquei deitada em minha cama pensando nele, e em como era bom quando a gente namorava, parecia que eramos feitos um para o outro. Porque que a Alice tinha que voltar e tomar ele de mim? Ela não tinha direito de fazer isso.

O final da tarde se aproximava, peguei uma cadeira e sentei próxima a janela, fiquei observando o por-do-sol e refletindo sobre o meu sonho. "...sonhei com você essa noite...der repente você parou e ficou tudo escuro..." isso parece tanto com meu sonho, pensei, será que era ele no final da longa estrada? Só iria descobrir isso se pudesse sonhar com isso outra vez.

Analisei tudo que pudesse estar acontecendo comigo e em meu sonho, e no final das contas não conclui nada. Já era escuro do lado de fora, minha mãe já se arrumava para dormir após um longo dia de trabalho e reuniões, o computador não me era convidativo então me deitei para dormir também.

Meus pedidos foram atendidos, era o mesmo sonho, mais claro dessa vez, eu podia ver um tipo de jardim ao meu redor, não era dos mais bonitos e a escuridão dava um aspecto de que era noite, mas eu estava feliz por poder identificar algo. A estrada ainda estava ali, era coberta por algumas pedras como uma calçada de um jardim qualquer, e no final dela eu podia ver aquela luz novamente e não era só uma luz eu podia ver alguém, fui até lá, era ele.

- Rafael?
- Sofia!

Ele tocou meu rosto, e senti como se ele realmente estivesse do meu lado, como se fosse real, fechei meus olhos como reação automática. A mão dele não me tocava mais, abri os olhos , ele sussurrou no meu ouvido:

- Você parece tão real pra mim, e já que não me escuta mais no colégio vou dizer pra você aqui; Não sei o que ta acontecendo, e talvez seja apenas coisa da minha imaginação, mas sinto que você realmente pode me ouvir e queria poder te dizer que eu ainda te amo muito, que sinto muito a sua falta e a Alice não significa mais nada pra mim.

Não consegui pensar em nada. A dor no meu peito não existia mais, e mesmo assim ainda sentia que ele iria explodir mas dessa vez de felicidade. Ao meu redor a escuridão tinha sumido o jardim estava iluminado pelo sol, podia ver flores nascendo e podia dizer que eu era feliz novamente.

Voltei a olhar para o Rafael, dei meu melhor sorriso, e quando fui toca-lo ele desapareceu; e não só ele como todo o brilho do sol, e as flores do jardim, tudo ficou escuro de novo, tive vontade de chorar, mas não tive tempo ouvia uma voz ao fundo que mandava eu acordar.

Já era de manhã e ir para a escola me parecia algo levemente agradável.
Desde o inicio da aula sempre que olhava para o Rafael ele estava com a Alice, e parecia feliz, talvez aquele sonho tivesse sido apenas fruto do meu maior desejo.

Era o último horário, o sinal tocou, arrumei minhas coisas e peguei o caminho de casa, mais uma vez o Rafael veio falar comigo:

- Sofiiiia, me espera.
- Oi Rafa.
- Será que eu posso te acompanhar até em casa? Queria conversar com você!
- Er, ia Alice?
- Ela já foi embora.
- Ta, diga.

Continuamos a andar pela rua um do lado do outro.

- Eu queria te perguntar se você sonhou comigo essa noite.
- Do que você está falando Rafael? Porque eu sonharia com você?
- Desculpa Sofi, não queria te incomodar, é só que eu tive o mesmo sonho com você, e tudo pareceu tão real, e se você não tivesse me ouvido ontem, queria poder dizer isso hoje!
- Você está insinuando que nossos sonhos estão conectados e que a gente realmente conversou essa noite?
- Então você ouviu? Não acredito! Fico tão feliz de saber isso, você estava tão linda, deu um sorriso maravilhoso depois do que eu te disse.
- Rafael, vamos parar, isso simplesmente não é possível!
- É sim Sofia, e aconteceu com a gente, minha mãe já me falou sobre essas coisas, ela acredita muito em coisas de sonhos, signos e espíritos!
- Então o que você disse é verdade?
- Cada letra!
- Pois então, me responde uma coisinha?
- Quantas você quiser.
- Porque você está com a Alice então? Porque terminou comigo pra ficar com ela?

Meu coração disparou quando terminei de falar. Ele abriu a boca para responder, e acabei prendendo minha respiração com medo. Um carro buzino ao nosso lado, e com os vidros abertos pude ver a mãe dele gritando:
- Rafael, o que você está fazendo aqui com a Sofia? A Alice não vai gostar disso, e você deveria estar indo para casa, anda entre no carro.

Ele me deu um beijo no rosto e se despediu dizendo que depois a gente conversava. Parecia que eu nunca receberia minha resposta!